terça-feira, 14 de agosto de 2012

Geração Sem Fio

  Eu sou mais inteligente do que o governo quer que eu seja (ou assim me convenceram meia dúzia de professores do ensino médio). Sou menos inteligente do que o necessário pra fazer alguma diferença (mas essa parte eu ignoro). Eu não sei me expressar bem, não pense que você ganhou essa discussão. Você fez mestrado nessa área? Não, eu adoro reality shows. Eu sou ativista em todas as causas sociais. Mas como eu detesto pegar ônibus! Desprezo futebol porque ele aliena as massas. Mas que season finale foi aquela desse seriado?
  A baixa estatura da maioria das pessoas que caminha na rua me irrita. Talvez eu seja da altura delas se eu baixar um pouco a cabeça. Eu tenho opinião formada sobre muitos assuntos. Não, eu não tenho o hábito de  ler texto que me tomem mais de dez minutos. Mas claro que eu leio livros - não sei citar nenhum agora, mas escuta essa música, é muito melhor do que a que pessoal todo escuta. Sei a letra da abertura da novela.
  Eu sou a favor das cotas porque a vida é sim injusta pra todos, mas em graus diferentes. Eu não votei na última eleição. Assassinato é o pior crime que se pode cometer. Só sou a favor do aborto em caso de violação à liberdade sexual. Pessoalmente? Eu acho que deveríamos ter armas nucleares. Não, eu jamais daria uma pistola de brinquedo pro meu filho.
   Tenho muito cuidado com o que sai na imprensa, não confio nos meios de comunicação do nosso país. Ah, assisti sim o caso daquele criminoso. Por mim iria pra cadeira elétrica. O Carnaval é um absurdo, vende essa nossa imagem promíscua pro resto do mundo. Eu sei qual bar tem a melhor cerveja.
  Meu gosto pra artes é meio diferente do seu, você não vai gostar do que eu gosto. Do outro lado do Atlântico eu me sentiria numa terra de clones. O Petróleo deveria ser nacionalizado e estatizado. Meu sonho é abrir meu próprio negócio. Eu não sou muito de reclamar, mas o que mais incomoda na sociedade atual é a hipocrisia. O seu pecado é bem pior do que o meu, mesmo quando são iguais.
  Eu não vejo moda como uma forma de arte. Não existe arte quando se faz em escala industrial. Mas bem que eu queria umas roupinhas mais modernas. Detesto subir escada. Gastei uma nota na academia esse ano.
   Soube que teve um debate aí.
   A administração pública realmente anda péssima. Divide em oito vezes no cartão, por favor? Gosto de ser tratado com respeito. Furo fila. Me declarei doador de órgãos. Nunca tive tempo de doar sangue, e você?


**Primeira pessoa não indica necessariamente que estou falando de mim mesmo.  

Literatura, Música, Cinema?

  Da série: "estava lendo pessoas que (dói admitir) escrevem melhor do que eu e tive vontade de escrever eu mesmo". Adversidades: são quatro e meia da manhã. Combustível: sou um dos premiados com a greve das universidades federais brasileiras e não tenho absolutamente nada pra fazer, nenhum horário pra cumprir. Pra escrever, preciso, antes de tudo, de um assunto. Eu não vou escrever sobre a bendita greve porque só o SAC do Universo sabe o quanto eu já reclamei disso em todos os meios possíveis e imagináveis, da condução básica de ondas sonoras na atmosfera terrestre ao pé de página dos sites de "notícias".

   O assunto do momento são as Olimpíadas que acabaram e a próxima edição que acontecerá no Rio de Janeiro. Também não vou escrever sobre isso porque eu sou muito pedante e não gosto que reforcem o estereótipo que o Brasil já tem no exterior - mas é isso que gringo quer, e é isso que gringo vai ver; o que são as olimpíadas senão um grande espetáculo, em que um país exibe a sua cultura, o seu dinheiro, o seu poder, pra todos os outros? Uma pena não ter outro planeta pra Terra poder se exibir, ou aí é que veríamos um espetáculo enorme. A Olimpíada não é feita é pra nós. Acordem.

   Então eu vou escrever sobre as coisas que, aleatoriamente, surgiram na minha vida e me enfiaram na minha própria cabeça, nos momentos eu que eu estava em locais que não poderiam representar coisa nenhuma melhor do que representam a residência oficial do Satanás. Em ordem de importância:

   1. Livros:
   Eu me considero uma pessoa que gosta de ler, mas acho que li muito pouco na minha vida e sinto que o perdi a época em que teria mais tempo para isso - que era quando eu estava na escola, o que não representava nenhum desafio intelectual (sorry), então o meu cérebro estava em férias permanentes, com raras exceções. Por que eu não li tanto quanto deveria? Porque um livro custa um milhão de reais, porque a livraria mais próxima era longe demais (ponhas horas e horas de viagem para tal), porque os correios são uma corporação capitalista selvagem e eu sou um simples proletário que não dá conta de tanto frete. Mas eu li. Mais do que a maioria das pessoas.
   Mais da metade do que eu li foi fantasia e/ou literatura infanto juvenil. Tecnicamente, as li quando estava na idade a que são destinadas. Mas não acho que vou deixar de ler tão cedo. Escapismo, literatura que pouco acrescenta criticamente, blá blá blá. Tive a minha cota de clássicos também, alguns prazerosos, outros não. Agora, resta pouca fantasia boa - que esteja ou esteve no mainstream, logo, que seja acessível a maioria das pessoas, nas quais eu meu incluo - que eu ainda não tenha lido, então tendo a variar um pouco mais os assuntos. Aceitando sugestões, de preferência se você tiver o exemplar pra me emprestar.

   2. Música:
   Eu adoro cultura pop. E na música acho que é onde mais isso transparece. Não necessariamente os hits da semana da Billboard (agora, né!), mas tudo que um dia foi grandioso - e grandiosidade na música, ao meu ver, teve o auge nos anos 60/70/80 - e que acabou meio esquecido me dá vontade de conhecer - pela atmosfera, pelo estilo prevalente, pelo contexto. Hipster, né? Pois é, não. Não porque eu não me credito mais como fã de praticamente nada (excetuo aí Harry Potter - desde 2005 - e Michael Jackson - desde 2008, sim, ele tava vivo), o que não me faz cego pra muita coisa - o que me parece ser um dos pontos chaves desse conceito estilístico/musical hipster. Não porque eu consigo gostar de coisas atuais, não necessariamente boas, mas que estejam no lugar certo na hora certa - sem problemas admitir que gosto de algumas coisas que consigo enxergar claramente que são bem tosquinhas. Não porque não me considero diferente. Claro que pra época e lugar em que eu vivo, eu sou extraterrestre musical - estamos na era do Tchu Tcha Tcha (música que me proporcionou grande felicidade quando, com alguns colegas, fiz uma excelente versão gospel - vendo a gravação original, só me procurarem). Mas o problema não está em mim, se o resto das pessoas prefere ouvir música degradante, rimas pobres (substantivo/substantivo), e artistas com esse visual exótico, problema delas. Boa parte do tempo eu tô fazendo a mesma coisa, só que em outro idioma. Não escuto tanta música brasileiras porque a maioria destas ou é triste ou feliz demais, e isso é intrínseco do idioma, que tem palavras compridas que se adequam mais aos gêneros que contemplam tais estados de espíritos - querer fazer rock com língua portuguesa é pra poucos, como vocês podem confirmar com as experiências musicais recentes do mainstream do "rock nacional". Escuto música em inglês - sou um adolescente de classe média num país colonizado, o que se poderia esperar? De uma forma geral, prefiro Classic Rock dos anos 60/70, Pop dos anos 80 e o Indie/Alternative dos anos 90 e atuais. Eu poderia nomear um artista de cada e pronto, está aí o gosto musical mais óbvio do planeta Terra: o meu. Mas tem outros da mesma linha que eu gosto, então seria injusto - como se do fundo do túmulo deles, isso importasse. Sugiro que vocês comprem fones da Samsung porque são muito bons e que baixem Mr. Blue Sky porque eu estou viciado nela hoje. Aceito sugestões de qualquer tipo.

   3. Cinema:
   Agora já não são mais 4:30h, são 5h. E eu não tô realmente tão disposto a falar do meu gosto pra filmes. Então, basicamente: não é igual o seu. Não que eu não goste dos blockbusters que fazem sucesso e estardalhaço e blá blá blá, eu adoro. Mas eu prefiro filmes em que não aconteça nada de extraordinário e que não sejam muito longos, porque neles personagens podem ser mais interessantes que roteiros e na real, tristes as pessoas que não são mais interessantes do que a vida. Gosto de cinema Brasileira. Cinema Brasileiro. Não essa anomalia atual da vertente Bruno Mazzeo/Xuxa/Didi/Caceta e Planeta - isso é uma bosta e quem curte, pelo amor de Deus, melhore o seu senso de humor. Aliás, não gosto de comédias (no sentido orkutizado do gênero). Simplesmente porque coisas que são feitas com o objetivo específico de fazer alguém rir perdem o elemento surpresa e com ele vai junto a graça - raríssimas se salvam, quando a história contada se sobrepõe aos objetivos cômicos pontuais. Indico "Toto le heros" porque foi o último que eu vi e gostei, e também "Se nada mais der certo", filme brasileiro com todos os elementos clichês que a nossa nacionalidade pode proporcionar, mas que ainda assim vale a pena. Sugestões podem vir acompanhadas de um torrent com legenda.

Tchau e esse é o pior texto do blog.